Conversamos com alguns dos selecionados que nos contaram sua experiência em participar das Oficinas Kinoforum e ter uma possibilidade de novas vivências e experiências oferecidas gratuitamente a todos pela Prefeitura, com o aprofundamento nas questões que envolvem a realização audiovisual, o desafio de transcrever o roteiro para imagens e suas expectativas de impacto aos espectadores. Acompanhe nossa entrevista com Ícaro San Carlo, que fez a sonorização em "MC Mone".
Estudei a utilização do cinema como ferramenta didática durante minha graduação em filosofia. Posteriormente no mestrado de "comunicação e cultura" estudei dois filmes do Fassbinder, neste período busquei investigar a possibilidade de melodramas q n estivessem fundamentados no maniqueísmo. Já fui jurado por dois anos do festival de curtas de Goiânia, ministrei oficinas para professores da rede pública de Goiânia, participei da curadoria de uma mostra e já havia realizado um curta anteriormente pela A.I.C.
Qual o tema abordado no curta metragem? De onde veio a inspiração?
Os três filmes deste ano tem a característica de abordarem temas políticos atuais, tais como a xenofobia que sofrem os africanos que chegam ao Brasil, as reverberações da ditadura militar e, no caso do curta que participei, o feminismo.
No meu caso, transcrevi para o som. Já aproveito para indicar que 2 dos três curtas tem uma preocupação sonora. Em 2 curtas os personagens cantam. Tal "cantar", mais do que a melodia tem uma preocupação com o que é dito. Ou seja, o canto é utilizado como ferramenta do discurso.
Qual a importância das oficinas da Kinoforum e quanto ajudou o projeto a se tornar realidade?
A Kinoforum ofereceu aulas práticas bastante consistentes para os participantes que escolheram o módulo de som. Além desta parte teórica tivemos suporte de equipamentos.
Essa é uma característica interessante do projeto. Em nenhum momento tivemos delimitações do número de locações, personagens ou figurantes. Utilizamos 6 locações: um beco, um bar, um escritório, uma casa, um salão e um estúdio.
Acredito que o MC nome seja um curta feminista que não se preocupa simplesmente em apresentar como o machismo é nocivo. Ele é um filme feminista direcionado para as mulheres. Busca retirar a noção de rivalidade feminina no funk para construir uma linha de reciprocidade.
Entrevista por Sandro Duarte
Fotos por Rafael Ferreira
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